POLÍCIA DESMANTELA REDE DE RAPTORES


Enquanto os familiares de dois cidadãos estrangeiros raptados em Luanda, festejam pelo seu resgate, há outra que “chora” pelo seu parente que está desaparecido há mais de três meses.
Os efectivos dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) e de outros ramos da Polícia Nacional desmantelaram, a semana passada, um grupo de marginal que raptou dois cidadãos estrangeiros, um português e o outro com dupla nacionalidade, Cabo verdiana e Indiana, em Luanda, e os resgataram. Os raptores, também cidadãos estrangeiros, escolhiam as vítimas em função da sua capacidade financeira ou dos seus parentes para pagarem o resgate, de acordo com uma fonte da corporação contactada pelo OPAÍS.
Eles serão apresentados à imprensa na Quarta-feira, 28, numa das unidades de Polícia de Luanda. As vítimas foram interpeladas na via pública, algures em Luanda, pelos três indivíduos fortemente armados que se faziam transportar numa viatura. Sem precisar se ambos foram sequestrados na mesma circunstâncias ou em momentos separados, a nossa fonte precisou apenas que os raptores estavam a exigir aos familiares dos mesmos um determinado montante se os quisessem voltar a ter no seu convívio.
Ao tomar conhecimento do que se estava a passar, por via de denúncia dos parentes das vítimas, a equipa do comissário-chefe Eugénio Alexandre assumiu as rédeas deste caso até chegar aos raptores, sem que os parentes das vítimas atendessem às exigências deles. Atendendo à sua complexidade, os peritos dos Serviços de Investigação Criminal solicitaram o auxílio dos seus colegas do Comando Geral da Polícia Nacional para conseguirem concretizar com êxito a sua acção. Como resultado dessa sinergia, apreenderam alguns meios usados na pratica do referido crime, tais como viaturas, armas de fogo entre outros objectos contundentes.
Após cumprirem com os trâmites legais, os dois cidadãos voltaram ao convívio dos seus parentes, sãos e salvos, que aguardavam com bastante expectativa o culminar da referida operação. Uma outra fonte afecta a corporação explicou que a libertação deles só demonstra o empenho do Estado angolano, através do Ministério do Interior, em tudo fazer para garantir aos cidadãos que residem ou visitem o país a necessária segurança.
Embora não tenha precisado o tempo que as vítimas permaneceram no cativeiro nem o estado de saúde em que se encontravam, o nosso interlocutor garantiu que ambos manifestaram o interesse em continuar a contribuir no processo de reconstrução de Angola, nas áreas em que estão inseridos.
Chinês desaparecido há três meses
paradeiroQuem não teve a mesma sorte é um cidadão chinês que está desaparecido desde o dia 18 de Junho do corrente ano. Após denunciar o caso à Polícia, os seus parentes optaram por fixar anúncios em alguns pontos da cidade de Luanda, manifestando a pretensão de agraciar com três milhões de Kwanzas quem desse alguma informação que pudesse ajudar a encontrá- lo, vivo ou morto.
No anúncio, a que OPAÍS teve acesso, solicitavam que as informações fossem passadas directamente a eles ou aos efectivos da Polícia Nacional da esquadra mais próxima. Contactado, ontem, pela nossa equipa de reportagem, o cidadão asiático que atendeu a um dos dois telefones disponíveis no panfleto, afirmou que o seu parente continua desaparecido e que o caso está entregue aos Serviços de Investigação Criminal. Uma das nossas fontes afecta a este organismo do Ministério do Interior alertou que a disponibilidade dos familiares de algumas das vítimas de cederem às exigências dos raptores têm comprometido as operações de resgate.




Fonte: OPAÍS
Imagem: Reprodução/internet | Carlos Augusto

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