COP25: Alterações climáticas podem devastar pescas e turismo
As alterações climáticas irão devastar pescas
regionais e quase acabar com o turismo associado a áreas de recife se nada for
feito para as combater, alerta um estudo hoje divulgado, no âmbito da Cimeira
do Clima que decorre em Madrid.
Segundo o estudo, no
cenário atual as alterações climáticas podem causar uma perda de mais
de 90% das receitas no turismo nas áreas de recifes de
coral, enquanto em alguns países da África Ocidental os
stocks de pesca podem diminuir em 85%.
O estudo foi encomendado pelo Painel de Alto
Nível para a Economia do Mar Sustentável, um grupo que junta 14 países e que
promove ações para
a proteção de
oceanos e produção de políticas de governação e de finanças. O painel integra
Portugal e também a Austrália, o Canadá, o Chile, Fiji, o Gana, a Indonésia, a
Jamaica, o Japão, o Quénia, o México, a Namíbia, a Noruega e Palau.
O estudo
"Impactos das alterações climáticas esperados na economia do mar",
avalia os impactos climáticos globais e locais em três das maiores fontes de
rendimentos e emprego marítimos: o turismo em áreas de recife de coral, as
pescas e a maricultura.
Os
responsáveis pelo trabalho, especialistas, investigadores e analistas de todo o
mundo, concluíram que é necessária uma "ação urgente" para
travar as emissões globais de dióxido de carbono, de acordo com um comunicado
divulgado hoje.
"Só
agora começamos a compreender o pleno impacto que o atual nível
do aquecimento global irá desencadear nas nossas indústrias de base
marítima", disse Steve Gaines, um dos autores do trabalho, avisando:
"Para evitar a crise económica iminente, a devastação alargada das comunidades,
fome e os conflitos por recursos nas próximas décadas, devemos restaurar com
urgência a saúde dos oceanos".
É preciso,
reforçou o responsável, agir rapidamente e de forma ambiciosa para travar as
alterações climáticas, sendo que "ações corajosas tomadas hoje
poderão ter benefícios significativos para a maioria dos países".
A análise
agora divulgada usou novos modelos e baseou-se nas estimativas do Painel Intergovernamental para
as Ações Climáticas
(IPCC,
na sigla original) sobre o declínio da saúde dos oceanos induzida pelo clima,
que vai custar à economia global entre 428 mil milhões de dólares em 2050 e
1.979 mil milhões de milhões de dólares em 2100.
A 25.ª
Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Alterações Climáticas decorre desde o início da semana em Madrid e termina em
13 de dezembro.
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