União Africana pede investigação independente a ataque na Líbia
O presidente da Comissão da
União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou hoje a morte de 40 migrantes num
centro de detenção na Líbia e pediu uma investigação independente ao que
considerou um "crime horrendo" contra civis.
Pelo menos 40
pessoas morreram na sequência de um ataque aéreo que atingiu, na noite de
terça-feira, um centro de detenção de migrantes nos arredores da capital líbia,
Tripoli, segundo o mais recente balanço das autoridades líbias.
Moussa Faki Mahamat condenou "veementemente"
o ataque e exigiu "uma investigação independente que garanta que os
responsáveis por este horrendo crime contra civis inocentes sejam
responsabilizados".
O
responsável da União Africana reafirmou o apelo para um cessar-fogo imediato
que "assegure a proteção e a segurança de todos os civis, especialmente os
migrantes em centros de detenção".
Moussa
Faki Mahamat apelou também à comunidade internacional para um "esforço
humanitário urgente" que permita proteger os "migrantes
vulneráveis".
Pediu,
por outro lado, às partes envolvidas no conflito para que "cessem
imediatamente as hostilidades e regressem à mesa das negociações".
Além
dos 40 mortos, o porta-voz do Ministério da Saúde líbio, Malek Merset,
acrescentou que o ataque contra o centro de detenção de migrantes em Tajoura, a
sul de Tripoli, provocou também 80 feridos.
Em
comunicado, o Governo apoiado pela ONU já responsabilizou o Exército Nacional
Líbio (ENL, do marechal Khalifa Haftar) pelo ataque.
Em
abril, as forças lideradas pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação
que controla o leste da Líbia e que disputa o poder político líbio, lançaram
uma ofensiva contra Tripoli, onde está o Governo de Acordo Nacional,
estabelecido em 2015 e reconhecido pela comunidade internacional (incluindo
pelas Nações Unidas).
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