Portugueses na Venezuela receiam situação dramática de falta de gasolina
Portugueses radicados na
Venezuela manifestaram à Lusa na quarta-feira receio de que a falta de gasolina
se agrave e torne a situação mais dramática, quando a escassez de combustível
se faz sentir em vários estados.
Aescassez de
combustível agudizou-se nas últimas semanas em vários estados da Venezuela, com
os sindicalistas a advertirem que as refinarias estão a trabalhar em capacidade
mínima e que nos próximos dias Caracas ficará sem gasolina.
Zúlia, Táchira, Mérida, Lara, Arágua, Bolívar e
Trujillo, são alguns dos estados onde se registam longas filas de viaturas nas
bombas que ainda têm gasolina.
Vários
portugueses explicaram à agência Lusa, por telefone, que tiveram de esperar por
mais de quatro horas numa fila para abastecer as viaturas com 30 litros de
gasolina na cidade de Barquisimeto, Estado de Lara, no centro do país.
Por
outro lado, manifestaram preocupação sobre a possibilidade de a escassez de
combustível vir a agravar-se em breve, tendo em conta que muitas geradores usam
gasolina e o serviço elétrico é precário.
"Em
qualquer momento pode haver um grande e longo apagão e se não houver gasolina a
situação será dramática, tanto para os comércios que precisam manter os
produtos congelados como para as pessoas em casa", frisou um comerciante.
Por
outro lado, no estado venezuelano de Bolívar, na cidade de Puerto Ordáz, vários
empresários dão conta de que estão a receber, mensalmente, apenas uma décima
parte do combustível que os necessário para responder à procura.
A
situação levou a Federação Unitária de Trabalhadores do Petróleo (FUTP) a
alertar na quarta-feira os caraquenhos de que também Caracas poderá ficar sem
gasolina nos próximos dias, tendo em conta a reduzida produção das refinarias,
as precárias condições em que funcionam e as dificuldades para se importar
combustível.
O
secretário da FUTP, Ivan Freites, disse aos jornalistas que, apesar dos
esforços do Governo venezuelano para manter abastecida a cidade de Caracas,
algumas bombas já estão sem combustível, uma situação que se agravará nos
próximos dias.
A
imprensa local dá conta que em Punto Fijo, no estado venezuelano de Falcón
(centro-norte do país), a refinaria de Cardón está a trabalhar apenas a 10% da
sua capacidade e que em Zúla (oeste do país) os motoristas têm que esperar até
48 horas em filas para abastecer as viaturas.
Fontes
petrolíferas explicaram à agência Lusa que a Venezuela não produz suficiente
combustível, que o petróleo venezuelano é processado no estrangeiro por ser
"pesado" e que o Governo subsidia o preços dos combustíveis no país,
estando agora limitado nas importações devido às sanções dos EUA e à falta de
recursos.
Sem comentários: