Pecuária recebe incentivos


Os municípios têm um papel importante para encarar os desafios inerentes à diversificação da economia e a agricultura familiar pode contribuir para o cumprimento desse desiderato, afirmou o vice-governador da Huíla para o sector Económico, Sérgio da Cunha Velho.


No Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2017, no que diz respeito a opções estratégicas e a projectos estruturantes, a província da Huíla tem a responsabilidade de contribuir e assumir-se como produtora de excedentes agro-pecuários, diz  o governante.
Com vista a proporcionar, ainda mais, melhorias no sector agro-pecuário, o governo provincial projectou, no seu Plano de Desenvolvimento de Médio Prazo 2013-2017, um valor correspondente a 12 por cento do orçamento total previsto, para o desenvolvimento da agricultura, pecuária e pescas, explicou.


O director provincial da Agricultura, Lutero Campos, disse que, para a campanha agrícola 2015/2016, foram cultivados por iniciativa das autoridades 605 hectares. Na primeira época, produziu-se milho, massango,  massambala e também feijão.


A produção privilegiou as zonas com maior volume de chuva, como os municípios do Norte como Cacula, Caluquembe, Chicomba, Chipindo, Quipungo e Matala, para as grandes plantações, sem descurar aquelas em que a situação se torna crítica entre Outubro a Janeiro.Na segunda época, de finais de Janeiro até Março, deu-se primazia à cultura de leguminosas, como o feijão, para, na terceira época, que vai de finais de Abril a Julho, se produzir hortícolas,  batata rena, pimento e cenoura. Aproveitando as zonas baixas, entre Julho a Setembro, a humidade serve na pré-época que é das nacas, para  os agricultores lançam a semente para e terem massaroca verde.


Na zona leste da província, sobretudo no Cuvango, incentiva-se a produção de mandioca em grande escala. Está em curso um programa de aproveitamento das zonas entre montanhas para a produção de arroz e de trigo.


Lutero Campos diz  que já se está a produzir, mas o programa precisa de divulgação para ganhar adesão. As previsões são boas, garantiu o director.


Em cada campanha agrícola, 289 mil famílias são assistidas na Huíla por intermédio de programas desenvolvidos pelo Governo com o apoio de parceiros sociais, como a União Nacional dos Camponeses de Angola (Unaca), que procura mobilizar mais camponeses.
Os camponeses beneficiados pelos programas do Governo têm feito o retorno dos insumos recebidos, o que permite abranger cada vez mais camponeses. “Este programa está a surtir efeito”, afirmou.

Atribuição de terras

A agricultura é das áreas que mais postos de trabalho criou na Huíla nos últimos anos, afirmou o director provincial do sector, Lutero Campos. Um aspecto positivo é o facto de o cidadão ser o proprietário da parcela, frisa o responsável. Hoje, as comunidades já têm o título de concessão de terra.


O Governo da Huíla, por intermédio da Direcção Provincial da Agricultura e Desenvolvimento Rural, distribui parcelas de terra em determinadas localidades indicadas pelas autoridades, para se promover o desenvolvimento de forma sustentável.


“Também estamos a mentalizar a população para uma convivência sã entre os camponeses, agricultores e investidores”, que tem reflexos positivos na actividade de todos, refere.


Lutero Campos destaca também o crédito agrícola de campanha que, na Huíla, fez a primeira experiência em 2011 e a segunda em 2015/2016. Os financiamentos aumentaram a capacidade dos pequenos fazendeiros, que, além de proprietários dos terrenos, se sentem hoje partícipes no processo produtivo e na diversificação da economia.


Os programas de crédito agrícola de campanha contam com a participação dos bancos de Poupança e Crédito (BPC), Sol e de Comércio e Indústria (BCI), além de parceiros sociais como a ADRA, que trabalha com o BCI na Humpata e que apoia os agricultores e camponeses na área do crédito. 

Incentivo do Papagro

O programa de aquisição dos produtos do campo (Papagro) aumentou a motivação dos camponeses com os mercados de proximidade, onde podem comercializar os excedentes de produção e obter mais rendimentos.


Sérgio da Cunha Velho disse que se tem procurado identificar e recuperar os principais ramais rodoviários de escoamento dos produtos agro-pecuários, para facilitar a comercialização de produtos do campo e reduzir as perdas pós-colheita. O vice-governador defendeu mais investimentos para manutenção do programa. A aquisição de silos trouxe mais segurança na conservação de cereais, adiantou o director da Agricultura. Uma unidade de frio com capacidade de armazenar 2.400 toneladas de produtos diversos está em construção no município da Chibia. A unidade, que começa a funcionar em breve, vai processar a conservação e a congelação de produtos pecuários.

Apoio à pecuária

O Governo Provincial da Huíla tem promovido a manutenção do rebanho bovino, o maior do país com mais de 1.2 milhões de cabeças, através de campanhas de vacinação e de um programa de melhoramento do gado autóctone, com a introdução de reprodutores de raças melhoradas.


Está em curso o projecto de combate a zoonoses, com o registo de animais e a construção de casas de matança e de salas de abate, para se conferir maior salubridade aos produtos pecuários, disciplinar e desencorajar os abates clandestinos. Sérgio da Cunha Velho esclarece que, no âmbito do programa municipal integrado de desenvolvimento rural e combate à pobreza (PMIDRCP), foram reabilitadas e reconstruídas várias mangas de vacinação e tanques banheiros em todos os municípios da província.


O director da Agricultura destacou ainda as potencialidades da província para o desenvolvimento da aquicultura. A Huíla tem muitas albufeiras, rios e lagoas, refere.
“Vamos fazer com que a criação de pescado renda muito mais do que irmos ao rio sem sucesso”, afirma  o responsável.


Diversos projectos estão em curso a nível municipal e comunal, o que rendeu à província as primeiras seis toneladas de peixe depois de seis meses de exploração. A experiência está na terceira fase. A direcção provincial apoia também pescadores artesanais, a quem distribuiu barcos com e sem motor, além de redes e anzóis.







Fonte: Jornal de Angola
Imagem: Arão Martins

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