Apelo ao diálogo na RDC


O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, garantiu sábado, em Nova Iorque, serem falsas as informações segundo as quais ocorreram ataques directos às instalações da Embaixada de Angola em Kinshasa, na passada segunda-feira, perpetrados por manifestantes que exigem a saída do Presidente Joseph Kabila no final do mandato, em Dezembro.


Georges Chikoti, que falava à imprensa angolana no final de um encontro com o seu homólogo congolês Raymond Tshibanda, afirmou que Angola não está implicada nas manifestações, que resultaram na morte de 50 pessoas, nem tem tropas na República Democrática do Congo, como se propala em alguns círculos.

O chefe da diplomacia angolana disse que Angola encoraja o Governo congolês a prosseguir com o diálogo político nacional, apesar dos líderes da oposição se recusarem a fazer parte. Georges Chikoti disse ter sido informado de que o Governo congolês vai manter o diálogo aberto aos líderes da oposição para conseguir um acordo e fazer tudo para manter a sua autoridade e a ordem no país.


“Angola, tal como muitos países, tem estado somente a acompanhar a evolução do processo de diálogo na RDC”, esclareceu, adiantando que os funcionários da Embaixada continuam a trabalhar, embora as suas famílias tenham sido evacuadas para Brazzaville, por uma questão de prevenção. Quando a situação estiver completamente normalizada regressam a Kinshasa.


O ministro das Relações Exteriores da RDC informou sobre as acções para a actualização do ficheiro eleitoral e outras decorrentes do próprio processo eleitoral. “Há um progresso importante deste processo que encorajamos, porque pensamos que o diálogo é a única via”, disse o ministro angolano.  

Apelo à calma


Na sua primeira reacção oficial à mais recente onda de violência em Kinshasa, o Presidente da RDC apelou à calma e alertou para a importância da estabilidade no país “para não gerar instabilidade em todo o continente africano”.


Num comunicado ao país, divulgado após a onda de violência e o regresso da calma à capital congolesa, Joseph Kabila advertiu para o impacto de uma eventual instabilidade na região dos Grandes Lagos, com potencial alastramento a todo o continente africano. O chefe de Estado pediu aos congoleses que retomem a sua vida normal, porque “a segurança está salvaguardada”. Num discurso mais voltado para a oposição radical, lembrou que “o recurso à insurreição e a actos de intolerância não podem ser vistos como uma alternativa ao diálogo como uma alternativa ao diálogo entre as forças políticas da RDC”.


A presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma, também condenou o que chamou de “graves abusos” registados durante manifestações organizadas por alguns membros da oposição, em Kinshasa. 


Num comunicado divulgado na semana passada pela Divisão Paz e Segurança da Comissão Africana, Dlamini Zuma disse acompanhar “com profunda preocupação” a situação na RDC e ter notado que, apesar da autorização concedida às manifestações pelas autoridades, estas “saldaram-se em perdas deploráveis de vidas humanas e numerosos danos materiais”.


Dlamini Zuma pediu à classe política congolesa para dar “prova de moderação e de sentido elevado de responsabilidade” e dar “uma oportunidade ao diálogo político nacional inclusivo que está na sua fase final”. A concertação é a única via para um consenso sobre a organização de eleições transparentes, livres e credíveis, sublinhou Dlamini Zuma, ao mesmo tempo qu e reiterou a determinação da União Africana não poupar esforços para reforçar o dialogo político naquele país.








Fonte: Jornal de Angola
Imagem: Reprodução

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