"Luanda Leaks": Tudo feito para proteger alguns?
A TIAC - Portugal admite, à luz do "Luanda Leaks", que o país
"tudo fará para não devolver o dinheiro roubado" a Angola, dando o
exemplo do processo movido pela Justiça portuguesa contra Manuel Vicente.
Karina Carvalho, diretora executiva da
Transparência Internacional - Associação Cívica (TIAC - Portugal) entende que
Portugal e Angola têm responsabilidades partilhadas na prevenção e combate à
corrupção, tal como o dever de cooperarem ativamente na recuperação de ativos,
uma vez que fazem parte da Comissão das Nações Unidas contra a Corrupção.
Mas, segundo Carvalho, Lisboa ignorou e continua a ignorar deliberadamente os acordos de cooperação jurídica e judiciária com Angola e as suas responsabilidades no combate à corrupção. A colaboradora da TIAC critica ainda a inação do Banco de Portugal, responsável pela regulação do sistema financeiro no país.
"Quando me pergunta o que posso esperar da atuação de Portugal sobre o caso 'Luanda Leaks', só posso responder que espero muito pouco ou quase nada. Portugal tudo fará para não devolver o dinheiro roubado, isto é um facto infelizmente", responde Carvalho, quando questionada sobre o caso que expõe transações financeiras duvidosas de Isabel dos Santos e não só.
A diretora executiva da TIAC - Portugal diz que o que se passa com Manuel Vicente é um exemplo paradigmático disso, com a agravante de Portugal e Angola não quererem mexer no ex-vice-Presidente angolano. Para a ativista, há razões que explicam por que motivo Vicente se mantém intocável: "Enquanto Isabel dos Santos é uma figura do regime de José Eduardo dos Santos, [Manuel] Vicente é ainda uma figura do MPLA. Sempre foi o facilitador dos negócios do MPLA, e isto faz toda a diferença", sublinha.
"Oportunidade para João Lourenço se impor"
O Presidente João Lourenço elegeu a bandeira de combate à corrupção em Angola e continua firme nesse sentido. No entanto, acrescenta Karina Carvalho, o chefe de Estado está refém do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que, na sua perspetiva, se estrutura através de redes de clientelismo e de enriquecimento ilícito à custa da máquina do Estado.
Considera que, enquanto o Estado se confundir com o partido no poder, Angola nunca estará verdadeiramente livre de corrupção. Carvalho acha que o "Luanda Leaks" é uma oportunidade única para o Presidente João Lourenço se impor perante o MPLA e empreender mudanças estruturantes em prol da defesa dos direitos humanos e da dignidade das condições de vida de quem o elegeu.
Mas com um senão: "Para isso, o Presidente João Lourenço não se pode ficar apenas pela Isabel dos Santos. Tem que limpar o Estado e o MPLA da corrupção. Acho que isso só será possível quando der cumprimento ao mandato judicial que coloca Vicente completamente apartado dos negócios do Estado".
A responsável afirma que "um Presidente corajoso não precisa de Manuel Vicente para se fazer eleger".
Mas, segundo Carvalho, Lisboa ignorou e continua a ignorar deliberadamente os acordos de cooperação jurídica e judiciária com Angola e as suas responsabilidades no combate à corrupção. A colaboradora da TIAC critica ainda a inação do Banco de Portugal, responsável pela regulação do sistema financeiro no país.
"Quando me pergunta o que posso esperar da atuação de Portugal sobre o caso 'Luanda Leaks', só posso responder que espero muito pouco ou quase nada. Portugal tudo fará para não devolver o dinheiro roubado, isto é um facto infelizmente", responde Carvalho, quando questionada sobre o caso que expõe transações financeiras duvidosas de Isabel dos Santos e não só.
A diretora executiva da TIAC - Portugal diz que o que se passa com Manuel Vicente é um exemplo paradigmático disso, com a agravante de Portugal e Angola não quererem mexer no ex-vice-Presidente angolano. Para a ativista, há razões que explicam por que motivo Vicente se mantém intocável: "Enquanto Isabel dos Santos é uma figura do regime de José Eduardo dos Santos, [Manuel] Vicente é ainda uma figura do MPLA. Sempre foi o facilitador dos negócios do MPLA, e isto faz toda a diferença", sublinha.
"Oportunidade para João Lourenço se impor"
O Presidente João Lourenço elegeu a bandeira de combate à corrupção em Angola e continua firme nesse sentido. No entanto, acrescenta Karina Carvalho, o chefe de Estado está refém do partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que, na sua perspetiva, se estrutura através de redes de clientelismo e de enriquecimento ilícito à custa da máquina do Estado.
Considera que, enquanto o Estado se confundir com o partido no poder, Angola nunca estará verdadeiramente livre de corrupção. Carvalho acha que o "Luanda Leaks" é uma oportunidade única para o Presidente João Lourenço se impor perante o MPLA e empreender mudanças estruturantes em prol da defesa dos direitos humanos e da dignidade das condições de vida de quem o elegeu.
Mas com um senão: "Para isso, o Presidente João Lourenço não se pode ficar apenas pela Isabel dos Santos. Tem que limpar o Estado e o MPLA da corrupção. Acho que isso só será possível quando der cumprimento ao mandato judicial que coloca Vicente completamente apartado dos negócios do Estado".
A responsável afirma que "um Presidente corajoso não precisa de Manuel Vicente para se fazer eleger".
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