Maconha: quais os efeitos, benefícios e malefícios da planta medicinal
A maconha, também conhecida por marijuana, é
obtida de uma planta com o nome científico Cannabis sativa, que
tem na sua composição diversas substâncias, entre elas o tetraidrocanabinol
(THC), principal substância química com efeitos alucinógenos, que é o que leva
a droga a ser utilizada de forma recreativa.
Além do THC, outro canabinoide presente na
maconha é o canabidiol (CBD), que não possui efeitos alucinógenos, mas segundo
vários estudos, pode proporcionar diversos benefícios terapêuticos.
O consumo de maconha é proibido no Brasil,
porém, em alguns casos, o canabidiol, que é uma substância extraída da planta
da maconha, pode ser usado para fins terapêuticos, mediante autorização
específica.
Quais os benefícios da maconha
Nos últimos anos, estudos têm demonstrado
diversas propriedades terapêuticas de algumas das substâncias presentas na
maconha, nomeadamente do canabidiol, tendo sido adotado como opção
farmacológica em alguns países. Embora não sejam ainda amplamente utilizados,
alguns dos componentes da maconha têm comprovadas várias utilidades clínicas,
como:
Tratamento da dor;
Alívio das náuseas e vômitos causados por
quimioterapia;
Estimulante do apetite em pacientes com AIDS ou
câncer;
Tratamento das convulsões em pessoas com
epilepsia;
Tratamento da rigidez muscular e dor
neuropática em pessoas com esclerose múltipla;
Analgésico em doentes terminais com câncer;
Tratamento da obesidade;
Tratamento da ansiedade e depressão;
Diminuição da pressão intraocular, útil nos
casos de glaucoma;
Atividade anti tumoral e anti-inflamatória.
Existe um medicamento com canabidiol que já é
comercializado no Brasil, como o nome Mevatyl, e que está indicado para o
tratamento dos espasmos musculares em pessoas com esclerose múltipla. Além
disso, também é possível importar outros medicamentos com esta substância, com
devida autorização. Estima-se ainda que, a partir de Março de 2020, venham a
ser comercializados mais produtos à base de cannabis em farmácias do Brasil,
que poderão ser comprados com a apresentação de uma receita médica.
Efeitos da maconha
Os efeitos da maconha variam de pessoa para
pessoa, conforme a experiência do usuário, a quantidade usada e o ambiente em
que é consumida, além da pureza e da potência da droga. Quando é fumada, a
maconha pode provocar efeitos em poucos minutos, como euforia leve, com
distorções do tempo, do espaço e do senso de organização do próprio corpo,
desorganização dos processos mentais, distúrbios de memória, falta de atenção
e, em alguns casos, a pessoa pode sentir-se mais valorizada e com maior
capacidade para socializar.
Além disso, e simultaneamente aos efeitos que
levam a pessoa a usar a droga, pode ainda surgir tontura, distúrbios de
coordenação e de movimento, sensação de peso nos braços e pernas, secura na
boca e na garganta, vermelhidão e irritação nos olhos, aumento da frequência
cardíaca e aumento do apetite.
Cuidados a ter com o uso
O consumo de maconha apresenta muitos riscos
para a saúde, sendo proibido no Brasil, porém, muitas pessoas continuam fumando
esta droga.
Nestes casos, essas pessoas devem ter especial
atenção ao seguinte:
Evitar misturar maconha com álcool ou outras
drogas;
Procurar lugares calmos e evitar situações de
conflito;
Evitar consumir a droga quando é necessário
estudar, trabalhar ou tomar decisões importantes;
Evitar dirigir quando se consome maconha,
procurando andar a pé ou viajar de transportes públicos;
Se depois ou durante o consumo, a pessoa se
sentir deprimida, triste ou ansiosa, deve evitar consumir novamente, para não
agravar a situação;
Ter cuidado com as pessoas com quem usar a
droga, mas evitar fazê-lo sozinho;
Além disso, se a pessoa se sentir mal durante o
consumo de maconha, deve procurar ajuda do médico o mais brevemente possível.
Efeitos colaterais indesejáveis
Alguns dos efeitos colaterais imediatos e mais
comuns associados ao consumo da maconha são aumento da frequência cardíaca e da
pressão arterial e alterações no fluxo cerebral. Além disso, pessoas que usam
maconha regularmente por algum tempo, podem sofrer distúrbios de memória e
habilidade de processar informações complexas, distúrbios do sistema
respiratório, pela constante presença da fumaça nos pulmões, aumento do risco
de desenvolver câncer de pulmão.
É importante ainda referir que a maconha, se
usada com frequência, torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de
depressão grave, transtornos psicóticos e deficiências cognitivas
irreversíveis, e causa tolerância e dependência psíquica.
A maconha é tanto mais prejudicial quanto mais
cedo a pessoa começa a usar, quanto mais crônico for o seu consumo e caso tenha
havido exposição intra-uterina, ainda durante a gestação, à substância.
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