Como os raios solares podem afetar a saúde do seu cocô
Um novo estudo realizado no Canadá, por pesquisadores
da Universidade da Colúmbia Britânica, foi o primeiro a confirmar que a
exposição da pele aos raios solares, particularmente aos raios UVB, pode ter um
importante impacto sobre a flora intestinal, contribuindo para uma melhor
qualidade das espécies de bactérias intestinais.
Com esta descoberta, os investigadores pretendem que novos testes sejam
realizados para implementar a exposição aos raios UVB como uma nova forma de
tratamento para doenças intestinais inflamatórias, onde se incluem a
doença de Crohn ou a colite, já que são doenças onde existe uma alteração de
toda a flora intestinal.
Número de doenças intestinais tem aumentado
Nas últimas décadas tem-se observado um aumento
significativo dos casos de pessoas com doenças inflamatórias intestinais
nos países mais desenvolvidos, que tem sido relacionado com as alterações dos
hábitos de vida, assim como uma alimentação menos natural. Entre esses países,
os países nórdicos são aqueles que têm demonstrado uma maior incidência desse
tipo de doenças, o que levantou a hipótese de que a exposição solar, e a
consequente baixa produção de vitamina D, poderia também afetar a saúde do
intestino.
Com base nessa suposição, nos últimos anos
foram feitos vários estudos com o objetivo de provar que a quantidade de
vitamina D no corpo está diretamente relacionada com uma melhora significativa
da flora intestinal, o que acabou sendo confirmado. A partir dessas
conclusões, a suplementação com vitamina D tem sido considerada como uma opção
de tratamento para algumas doenças intestinais.
Uma vez que a vitamina D produzida pela própria
pele é melhor utilizada pelo organismo, do que aquela ingerida na alimentação,
os investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica decidiram estudar
o impacto da radiação UVB como uma nova e melhor opção para o tratamento
das doenças intestinais, já que esse tipo de radiação é o principal
responsável pela produção da vitamina D na pele.
Como foi realizado o estudo
O estudo incluiu uma amostra de 21
voluntárias, aparentemente saudáveis, que passaram por vários experimentos
para entender a influência dos raios UVB na alteração da flora
intestinal. Primeiramente, esse grupo foi dividido em dois sub-grupos: VDS-,
onde estavam incluídas as mulheres que não tinham feito suplementação com
vitamina D no inverno anterior, e VDS+, onde se incluíram as mulheres que
tinham feito suplementação.
Em cada grupo foi colhida uma amostra de fezes
de cada mulher, de forma a ser avaliada a diversidade de bactérias intestinais
antes da exposição à radiação. Depois, ambos os grupos foram expostos aos
raios UVB em um ambiente controlado, 3 vezes durante uma semana. Por fim, foi
recolhida uma nova amostra para fazer um novo exame de fezes, com o
intuito de avaliar se tinha acontecido alguma alteração na diversidade da
flora intestinal de cada mulher.
Exposição solar tem mesmos efeitos que a
suplementação
Após o primeiro exame de fezes, realizado antes
da exposição aos raios UVB, os investigadores descobriram que as mulheres
que fizeram suplementação com vitamina D, tinham uma flora intestinal mais
diversificada e rica do que as mulheres que não tinham
feito suplementação, suportando as descobertas feitas nos estudos
anteriores.
Já no segundo exame, feito após a exposição dos
dois grupos à radiação UVB, os pesquisadores observaram que as mulheres
que não tinham feito suplementação e que, por isso, tinham uma flora menos
diversificada inicialmente, apresentavam uma melhora bastante significativa na
quantidade de espécies intestinais, que era semelhante à das mulheres que
tinham feito suplementação com vitamina D.
Dessa forma, a exposição à radiação parece ser
uma boa alternativa à suplementação, já que foi capaz de obter o mesmo tipo de
resultados em apenas três sessões de exposição aos raios UVB.
Terapia com raios UVB pode ser novo tratamento
para doenças intestinais
Com base nos resultados
obtidos com este estudo, os pesquisadores sugeriram a realização
de novos trabalhos de forma a entender se a exposição controlada a raios
UVB pode, de fato, ser uma nova solução mais rápida e fácil para atenuar os
sintomas de várias doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn ou
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