Alemanha pede acesso sem restrições da ONU a campos de detenção na China
A Alemanha pediu hoje um acesso sem restrições
da ONU aos campos de detenção em Xinjiang, na China, após a divulgação pública
de documentos internos chineses que apontam para um extenso programa de
reeducação forçada de minorias.
Aporta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Maria Adebahr, afirmou que
Berlim está "a acompanhar com grande preocupação" as recentes
notícias relacionadas com estes campos em Xinjiang, no noroeste da
China, onde cerca de um milhão de pessoas estarão detidas.
A posição de Berlim sobre este assunto foi
reforçada pelo porta-voz do Governo alemão, Steffen Seibert,
que afirmou que a Alemanha junta-se a outros países que pedem e defendem o
acesso de equipas da área dos Direitos
Humanos da ONU a estes campos
para que seja possível uma avaliação independente sobre a situação.
"Devemos
estar concentrados na verificação destas informações", disse Seibert,
em declarações aos jornalistas na capital alemã.
Documentos
internos do Governo chinês e do Partido Comunista chinês (partido único)
divulgados este fim de semana por um consórcio de jornalistas de investigação
revelaram os esforços de Pequim para concentrar minorias étnicas chinesas
de origem muçulmana em campos de doutrinação e reeducação no extremo noroeste
da China.
Os
documentos revelaram pormenores sobre o funcionamento interno destes campos,
onde cerca de um milhão de membros das minorias étnicas uigur e cazaque são
mantidos após detenções extrajudiciais e sob medidas de alta segurança.
Predominantemente muçulmanos, os uigures e os cazaques são
etnicamente distintos do grupo étnico maioritário do
país, os chineses han, e constituem já a
maioria da população em Xinjiang,
uma vasta região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e o Paquistão.
Em reação à
investigação jornalística, a Embaixada chinesa no Reino Unido afirmou que os
documentos divulgados sobre este alegado plano de "genocídio
cultural" de minorias muçulmanas na China eram uma "fabricação",
classificando-os como "notícias falsas".
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