BNA admite voltar a encerrar bancos


Mais bancos podem ter as licenças de operação revogadas no quadro de uma avaliação da qualidade dos activos com a divulgação dos resultados esperada para o fim deste mês, noticiou ontem a Reuters, citando do governador do BNA, em Londres.




O Governo também planeia regressar ao mercado internacional da dívida antes do final do ano, acrescentou José de Lima Massano a caminho de Washington, onde participou nas reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, realizadas de segunda-feira até hoje.

Angola tem 27 bancos a operar, depois de ter revogado duas licenças bancárias (dos bancos Mais e Postal) este ano, esperando os resultados de uma avaliação mais ampla do sector financeiro no final do mês.

“Estamos a trabalhar para melhorar a resiliência do nosso sector financeiro e se, ao criar resiliência, alguns tiverem que desaparecer, estamos prontos para isso”, declarou o governador à Reuters à margem da cimeira Financial Times Africa, em Londres, acrescentando que o banco central pode ter de encerrar mais instituições creditícias.

José de Lima Massano assinalou que, nos termos da avaliação, qualquer banco comercial que necessite de reforçar os capitais terá até Junho de 2020 para solucio- nar a questão, podendo continuar a operar até aí.

Actualmente, o malparado representa cerca de 30 por cento de crédito dos bancos, sublinhou o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), revelando, por outro lado, preparativos para uma nova emissão de Eurobonds (títulos da dívida soberana emitidos em moeda estrangeira).

“Está em preparação uma nova ida aos mercados ainda em 2019”, afirmou José de Lima Massano, indicando que a emissão “será em dólares”, sem adiantar detalhes quanto à maturidade ou a magnitude da emissão de títulos.

A acontecer, essa será a primeira incursão do país ao mercado internacional de títulos desde que o FMI aprovou, em Dezembro de 2018, uma linha de crédito de 3,7 mil milhões de dólares, a três anos, para apoiar as reformas económicas.

Reunião de emergência

O BNA convocou para quarta-feira uma sessão extraordinária do Comité de Política Monetária, face à evolução dos indicadores monetários e cambiais e à necessidade de adoptar medidas de adequação no curto prazo.

Num comunicado divulgado na sexta-feira à noite, o Conselho de Administração do BNA anunciou uma sessão extraordinária para o dia 23 de Outubro, “no âmbito do seguimento e avaliação permanente da evolução dos indicadores dos mercados monetário e cambial, tendo- se mostrado necessária a adequação das medidas e instrumentos de política monetária e cambial”.

O kwanza perdeu 15,8 por cento diante do dólar este mês, segundo os dados oficiais do BNA, que reviu novamente os câmbios na sexta-feira à tarde, o que arrastou o kwanza para uma perda de 31,3 por cento desde Janeiro.

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