Ana Julia: O que dizia a homicida enquanto transportava corpo de Gabriel
Primeiras audições do julgamento ao homicídio do
pequeno Gabriel Cruz, em Espanha, permitiram conhecer novos detalhes do caso.
"Calma, Ana, que não vais presa", dizia a homicida a si mesmo,
enquanto mudava corpo de sítio.
Decorreram na semana
passada as audições em tribunal, no âmbito do julgamento
ao homicídio do pequeno Gabriel Cruz, de apenas oito anos, que morreu às mãos
da madrasta, Ana Julia Quezada, em fevereiro do ano passado, em Almería, Espanha.
Ana Julia, de 45 anos de idade, foi detida enquanto
transportava o corpo de Gabriel, na bagageira do carro, para o mudar de sítio.
Já na mira das autoridades, o seu carro tinha escutas e foi possível ouvir, na
sala de tribunal, que esta dizia enquanto transportava Gabriel.
O impactante relato
foi dado por um elemento, não identificado, da Guardia Civil, segundo
relata o El Mundo. Ana Julia foi falando consigo mesma enquanto conduzia a
viatura, onde levava o corpo de Gabriel. "E agora, onde o
ponho? Numa estufa?", "Não queriam 'peixinho' ['pescaíto', alcunha dada pelos pais a Gabriel],
pois vão ter um 'peixinho', garanto-vos", disse.
Adicionalmente,
a homicida confessa também se ia tranquilizando. "Calma, Ana, que
não vais presa", ouviu-se dizer, de acordo com o
agente de autoridade.
Ana
Julia, recorde-se, tinha acabado de desenterrar o corpo do menino da
propriedade do pai, em Rodalquilar, onde o tinha
matado. Estando já a ser seguida pelas autoridades, acabou por ser intercetada.
"Ali tem só um cão", disse aos agentes quando lhe pedir para abrir a mala.
Estava lá o corpo de Gabriel.
Gabriel
Cruz, recorde-se, desapareceu no dia 27 de fevereiro e
foi encontrado no dia 11 de março na
bagageira do carro de Ana Julia, a namorada do pai do menino. A mulher
confessou o crime e revelou que matou a criança depois de uma discussão entre
ambos, uma tentativa de evitar a pena máxima de prisão. O caso será
decidido por um júri de nove pessoas.
A
morte de Gabriel causou comoção em Espanha, em particular em Almería,
que decretou três dias de luto, e foi condenada pelo rei Filipe VI.
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