Trump faz novas ameaças ao Irã
Presidente americano afirmou que o país persa cometerá um "grande
erro" se fizer qualquer coisa contra interesses americanos no Oriente
Médio, onde os EUA vêm reforçando sua presença militar. Nos últimos dois dias,
Arábia Saudita e Emirados Árabes denunciaram sabotagens em suas embarcações na
região do Golfo Persa
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou, nesta
segunda-feira (13), que o Irã cometerá "um grande erro" se fizer
"qualquer coisa" contra interesses americanos no Oriente Médio. A
afirmação vem depois de depois Washington enviar navios e aviões para enfrentar
supostas ameaças na região.
"Vamos ver o que vai acontecer com o Irã.
Se fizerem qualquer coisa, sofrerão muito", afirmou Trump, durante um
encontro com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na Casa Branca.
Os comentários de Trump foram feitos depois que os Emirados Árabes
Unidos informaram que quatro embarcações comerciais foram sabotadas no domingo
(12) perto do emirado de Fujairah, nos arredores do Estreito de Ormuz, que
separa o país do Irã. A
Arábia Saudita também denunciou sabotagem a dois navios
petroleiros.
Os Estados Unidos vêm declarando há mais de uma semana que as
autoridades iranianas ou seus aliados no Oriente Médio estão preparando
"ataques iminentes" contra locais de interesse americano no Golfo
Persa. Washington
enviou um porta-aviões, um navio de guerra, aviões bombardeiros B-52 e
uma bateria de mísseis Patriot para a região para enfrentar as supostas
ameaças.
Apesar desta
movimentação militar, a Guarda Revolucionária do Irãafirmou na última sexta (10) que não considera provável um
ataque dos EUA. O Irã se distanciou da sabotagem aos petroleiros e denunciou
uma conspiração para criar insegurança na região.
Acreditamos que o Irã
deveria seguir o caminho da negociação em vez das ameaças, e adotou uma posição
equivocada ao enveredar pelas ameaças", disse o enviado dos Estados Unidos
ao Irã, Brian Hook.
No ano passado,
Washington retirou-se de um pacto entre o Irã e as potências
globais com o objetivo de controlar os planos nucleares de Teerã. Desde então, os Estados
Unidos aumentaram as sanções ao país, afirmando que pretendem
reduzir suas exportações de petróleo a zero.
Europa adverte contra escalada militar
A caminho da Rússia, onde deve se reunir nesta terça (14) com o
presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler, Serguéi
Lavrov, em Sochi, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, decidiu fazer
uma escala em Bruxelas para falar com aliados europeus e da Otan sobre a
"escalada" de ameaças do Irã, diz a Reuters.
Após o encontro com Pompeo, os representantes europeus expressaram
preocupação sobre uma escalada da tensão entre Washington e Teerã e advertiram
o secretário de Estado americano sobre o risco de um conflito "por
acidente" no Golfo.
"Deixei claro [para Mike Pompeo] mais uma
vez que nos preocupam os eventos recentes e as tensões na região, que não
queremos uma escalada militar", disse o ministro de Relações Exteriores
alemão Heiko Maas após o encontro com o representante americano.
Além do encontro com Maas, o americano se reuniu
também com os chanceleres da França, Jean-Yves Le Drian e da Grã-Bretanha,
Jeremy Hunt, ambos países signatários do acordo nuclear iraniano de 2015.
Aumento
das tensões
A tensão no Golfo Persa aumentou desde que
Washington anunciou, em abril, o fim das isenções que tinha
concedido a oito nações ou territórios para que continuassem comprando petróleo
do Irã.
Em contrapartida,
Teerã anunciou, na semana passada, a suspensão
de parte de seus compromissos estabelecidos no acordo nuclear e
pediu aos europeus para retirarem, dentro de 60 dias, os setores petroleiro e
bancário iranianos do isolamento causado pelas sanções americanas.
Caso não seja atendido, o Irã ameaça renunciar a
outras restrições impostas a seu programa nuclear e bloquear o Estreito de
Ormuz, pelo qual passa grande parte do petróleo mundial, se as sanções impostas
pelos EUA impedirem suas exportações, vitais para a economia do país.
Os países europeus
refutaram este ultimato e defendem suas ações para manter o compromisso.
O chanceler
espanhol, Josep Borrell, anunciou nesta segunda que a Espanha estuda aderir a
este mecanismo idealizado para contornar as sanções dos Estados Unidos e
possibilitar que "as empresas europeias continuem trabalhando com o
Irã".
A chefe da
diplomacia europeia, Federica Mogherini, que também conversou com Pompeo,
afirmou que até o momento os iranianos "respeitaram seus
compromissos" e anunciou as primeiras transações com sistema financeiro do
Irã "nas próximas semanas".
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