O quebra-cabeças das novas drogas psicoativas na Europa
O primeiro passo para lutar contra a
expansão das novas drogas de síntese é saber identificá-las.
As novas substâncias psicoativas,
fabricadas frequentemente em laboratórios na Ásia, nem sempre são ilegais, mas,
podem ser perigosas porque são moléculas desconhecidas. Qualquer pessoa pode
comprá-las na Internet.
A euronews esteve em Itália, num dos
laboratórios do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia, onde os
cientistas analisam as novas drogas. Muitas vezes, as amostras são enviadas
pelas autoridades dos Estados-membros.
"A
polícia e os agentes aduaneiros são confrontados com o facto de essas
substâncias serem muito mais numerosas do que as drogas ilegais tradicionais.
Em geral, baseiam-se nos dados bibliográficos para identificar esses produtos.
Mas, para estas novas drogas que acabaram de ser sintetizadas, frequentemente,
não há qualquer dado. Temos de começar do zero e precisamos de laboratórios
especializados como o nosso para identificar essas novas estruturas",
explicou Claude Guillou, diretor do laboratório de Narcóticos, do ISPRA, um dos
laboratórios do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.
Fabiano Reniero
investigador italiano
Uma enciclopédia das novas drogas
O
objetivo dos investigadores é elaborar um enciclopédia detalhada das novas
drogas sintéticas. A prioridade é compreender a composição de ervas e pós que
nunca foram testados em humanos.
"A
espetrometria de massas indica o peso molecular da amostra. Esse elemento,
combinado com a informação do nosso instrumento de ressonância magnética
nuclear, permite-nos elaborar a estrutura da amostra", explicou Veronica
Holland, investigadora no laboratório italiano.
Em
poucos dias, a natureza química das moléculas é identificada. As autoridades
podem decidir proibi-las. O problema é que, rapidamente, pode surgir no mercado
uma variação da mesma droga.
Variações da mesma droga chegam
rapidamente ao mercado
"A
produção de químicos psicoativos aumenta a um ritmo incrível, há duas novas
substâncias psicoativas por semana. Temos de ser capazes de identificá-las
muito depressa", afirmou Fabiano Reniero, químico do ISPRA.
O
impacto concreto do trabalho científico pode ser visto em Geel, outro dos
sítios do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.
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