Irão quer novo acordo nuclear e fim do limite de reservas de urânio
O Presidente do Irão deu
hoje 60 dias às potências mundiais para se negociar um novo acordo nuclear,
caso contrário retomará o enriquecimento do urânio, e anunciou a redução de
compromissos firmados no pacto de 2015.
Hassan Rouhani
afirmou que o país vai deixar de limitar as suas reservas de urânio e água
pesada, uma decisão que contraria o acordo nuclear de 2015.
O anúncio do líder iraniano foi feito num discurso à
nação e teve lugar um ano após a decisão do Presidente norte-americano, Donald
Trump, de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear e de retomar as sanções
contra Teerão.
Rouhani
disse que o Irão quer negociar novos termos com os demais signatários do
acordo, mas reconheceu que a situação era grave.
O
Irão enviou também hoje cartas, nas quais informa da sua decisão os líderes do
Reino Unido, China, União Europeia, Rússia, França e Alemanha, todos
signatários e apoiantes do acordo nuclear.
"Se
os cinco países se juntarem às negociações e ajudarem o Irão a alcançar
benefícios no campo petrolífero e bancário, o Irão retomará os compromissos
assumidos no acordo nuclear", garantiu Rouhani.
Nos
termos do acordo, o Irão pode manter reservas que não podem exceder mais de 300
quilos de urânio de baixo índice de enriquecimento, um valor muito distante dos
dez mil quilos de urânio enriquecido que já possuiu.
A
pressão sobre o setor petrolífero aumentou no mês passado, quando Washington
decidiu não renovar as isenções para a compra de petróleo cru iraniano por parte
de oito países, incluindo grandes importadores, como a China, a Rússia e a
Turquia.
Além
disso, o Departamento de Estado dos EUA anunciou na sexta-feira a imposição de
novas sanções com o objetivo de restringir o programa nuclear iraniano.
A
Europa adotou uma série de medidas para tentar neutralizar as sanções dos EUA,
incluindo um canal de pagamento especial mas, por enquanto, sem sucesso.
Os EUA consideram haver "uma ameaça credível" por parte de Teerão,
que justifica a intensificação da sua presença militar na região.
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