Conselho de Segurança da ONU informado sobre esforços para solução
O Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas (ONU) foi informado na terça-feira dos esforços do Grupo Internacional
de Contacto (GIC) para chegar a uma solução política na Venezuela.
Para a França, o GIC "representa uma via alternativa aos
confrontos atuais, na procura de uma solução democrática e pacífica para a
crise na Venezuela".
Em declarações à agência de notícias
France-Presse, a embaixadora francesa adjunta na ONU, Anne Gueguen, disse que o
GIC "tem a capacidade de levar as partes a envolverem-se num processo
político que deve conduzir à organização de eleições livres, credíveis e
transparentes".
Criado
em fevereiro e integrado por uma dezena de Estados da Europa, entre os quais
Portugal, e da América Latina, o GIC deve enviar em breve representantes a
Caracas.
Segundo
diplomatas, durante a reunião, os EUA, que apoiam o opositor Juan Guaidó, e a
Federação Russa, que apoia o Presidente Nicolas Maduro, reiteraram as suas
divergências.
Moscovo,
em particular, classificou como "fator agravante" da crise a
aproximação que Juan Guaidó está em vias de fazer com os militares
norte-americanos, depois do fracasso de um levantamento militar em 30 de abril,
segundo um diplomata.
O
embaixador do Peru na ONU, Gustavo Meza-Cuadra, adiantou que uma reunião vai
ser organizada em breve entre o GIC e o Grupo de Lima, que reúne Estados
americanos.
"Temos
um objetivo comum: organizar eleições livres e equitativas com observadores
eleitorais, o mais rapidamente possível", declarou o embaixador. "Só
esforços diplomáticos e políticos podem garantir o regresso da democracia à
Venezuela", acrescentou.
A
situação humanitária, "que se agrava de dia para dia", segundo
Gustavo Meza-Cuadra, motivou exposições ao Conselho de Segurança de dois
secretários-gerais-adjuntos da ONU, a norte-americana Rosemary DiCarlo
(Assuntos Políticos) e o britânico Mark Lowcock (Assuntos Humanitários).
Estes
dirigentes "insistiram na necessidade de despolitizar a resposta
humanitária" à crise, informou um diplomata. Segundo a ONU, sete milhões
de pessoas, o que representa um quarto da população, necessitam de ajuda
humanitária urgente.
Durante
a reunião à porta fechada, os EUA apelaram aos membros da ONU para que "se
preparassem para decidir ações concretas para responder à repressão do regime
[de] Maduro".
Na
ocasião, os EUA fizeram "soar o alarme" a propósito da detenção, em
08 de maio, do primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano,
conforme comunicado da sua missão diplomática na ONU.
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