Portugal agradece apoio


A secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Teresa Ribeiro, agradeceu ontem em Luanda, da “forma mais expressiva o apoio activo de Angola” na candidatura de António Guterres ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas.


“Portugal está grato a tudo quanto Angola tem feito nesse domínio”, disse Teresa Ribeiro, no final de um encontro com a homóloga angolana, Ângela Bragança, no primeiro dia da sua visita de quatro dias a Angola.

António Guterres é eleito hoje por aclamação Secretário-Geral da ONU, depois de ontem ter vencido por 13 votos a favor e sem nenhum veto, com uma vantagem de oito votos sobre a candidata búlgara Kristalina Georgieva, que entrou na corrida há uma semana.      
Teresa Ribeiro sublinhou que António Guterres tem uma dimensão humana muito particular que é reconhecida por todos, além do mérito que o qualifica para a função. Lembrou que muitos líderes africanos apoiam a candidatura de António Guterres, que tem um interesse enorme por África, sendo o primeiro a lançar a ideia de uma ligação entre a Europa e África. “Essa preocupação não se esgotou quando era primeiro-ministro. Estendeu-se quando foi alto-comissário para os refugiados.” 


A secretária de Estado da Cooperação de Angola, Ângela Bragança, disse que o país, enquanto membro da CPLP, teve sempre uma posição clara em relação à eleição do novo Secretário-Geral da ONU. “Temos uma palavra que se tem manifestado ao nível do Conselho de Segurança e durante as votações. Vamos trabalhar nessa linha. Angola é um país que sabe o que quer”, disse.

Cooperação luso-angolana

Ângela Bragança defendeu que haja realismo e objectividade na cooperação entre Angola e Portugal. A secretária de Estado da Cooperação, que fez esta declaração no final de um encontro com a sua homóloga portuguesa, Teresa Ribeiro, disse que os dois países devem trilhar um caminho diferente ao nível da cooperação, que seja baseada em mais-valia, sobretudo no apoio de Portugal à diversificação económica angolana.


“É fundamental, nesta fase, o estabelecimento de relações bilaterais que funcionem numa base realista e objectiva. Para isso, é preciso 'driblar' as dificuldades que vão aparecendo pelo caminho. Queremos é que haja realismo e objectividade e que, sobretudo, este realismo e objectividade afaste tendências que não fazem parte da agenda de cooperação e amizade entre os nossos povos e países”, referiu.  


Ângela Bragança insistiu ser necessário que os dois Estados experimentem outras vias de cooperação capazes de animar e levar avante todas as propostas conjuntas, numa altura em que existem ainda temas pendentes a serem reactivados, com realce para o Programa Executivo de Cooperação. Equipas técnicas estão criadas para trabalhar na formulação de acções e projectos em áreas prioritárias para o processo de diversificação económica do país. Durante o encontro, as duas secretárias de Estado propuseram-se trabalhar em diversos temas, com realce para as dificuldades relacionadas com as transferências de dinheiro que os portugueses a trabalhar no país têm passado com o emergir da situação económica e financeira pouco favorável.  


A secretária de Estado da Cooperação portuguesa defendeu igualmente que se ultrapassem as dificuldades que vão surgindo nas relações entre os dois países. Falou também na necessidade de “revisitar” o Programa Executivo de Cooperação bilateral e adaptá-lo à agenda internacional e multilateral, principalmente a 20/30 (adoptada em 2015 no quadro das Nações Unidas e que estabelece um conjunto de objectivos de desenvolvimento sustentável), que a todos vincula. 


Teresa Ribeiro considerou excelentes as relações entre Angola e Portugal e prometeu trabalhar num nível de cooperação que produza resultados benéficos para ambos os países e que para tal seja “substantiva” e se baseie nas prioridades da agenda internacional de cada país. Sem precisar datas, Teresa Ribeiro falou da visita oficial do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, ou do primeiro-ministro, António Costa, a Angola, dentro do calendário razoável e possível dessas entidades. 


Durante a sua estada em Angola, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal tem previstos encontros com outros membros do Executivo angolano, com quem deverá passar em revista o estado da cooperação.





Fonte: Jornal de Angola
Imagem: Rogério Tuti

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