FAA comemoraram bodas de prata
No calor dos Acordos de Bicesse, assinados em Maio de 1991, nasceram as Forças Armadas Angolanas no dia 9 de Outubro daquele ano memorável. Cabia-lhes assegurar a existência do país novo, aberto à democracia multipartidária e à economia de mercado. Desde então, passaram-se 25 anos. Ontem, a nação inteira festejou com os seus heróis fardados!.
Um aniversário especial. Marcante. Pensado para ficar na memória colectiva. Eram, afinal, os vinte e cinco anos de um dos pilares fundamentais da nação, as Forças Armadas. Bodas de prata que fizeram deslocar até à vila costeira de Ambriz – centena e meia de quilómetros a norte da capital, Luanda -, a nata dos homens e mulheres que dão vida e corpo ao baluarte principal na defesa da integridade territorial de Angola, o seu pulmão essencial na prevenção e enfrentamento das ameaças externas que podem vir de qualquer lado num tempo de múltiplos perigos e renovadas incertezas.
Era ver como os três ramos das Forças Armadas exibiram garbo e disciplina, da classe de praças ao generalato, num dia em que estar ali, na Escola de Fuzileiros Navais de Ambriz, significava inequivocamente abraçar-se à história gloriosa das FAA, demonstrada com actos de bravura nos vários teatros de operações e alcandoraram Angola ao patamar que lhe faz granjear o respeito de exércitos vizinhos e de outras latitudes.
Um vigoroso desfile mostrou aos presentes o quanto continuam organizados, disciplinados e treinados os efectivos das Forças Armadas Angolanas, pertençam eles ao Exército, à Marinha, à Força Aérea ou às forças especiais, sejam eles homens ou mulheres. O povo do Ambriz, representado massivamente no acto, tributou-lhes aplausos que foram, num nível de simbolismo generoso, a gratidão e o respeito de toda uma nação que sabe bem o quanto valem as Forças Armadas que lhe assegura a vitalidade da paz e o conforto dos tempos de sossego.
Nunda e os agradecimentos
Num dia talhado para pertencer à memória de Angola, porque 25 anos são efectivamente 25 anos, o General de Exército Geraldo Sachipengo Nunda disse as palavras iniciais num acto com dois únicos oradores – o outro foi o ministro da Defesa, João Lourenço -, centradas para os agradecimentos àqueles que lançaram os alicerces para a força soberba que são hoje as FAA, a começar pelo engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República e Comandante-Em-Chefe, estendendo-se para as pessoas dos sucessivos ministros da defesa e chefes de Estado Maior.
Mencionou, com notável respeito e humildade, os generais Pedro Maria Tonha “Pedalé”, Pedro Sebastião, Kundy Paihama, Cândido Van Dunem e João Lourenço, todos pilares da construção das Forças Armadas Angolanas, e os também generais de Exército João Baptista de Matos, Armando da Cruz Neto, Agostinho Fernandes Nelumba “Sanjar” e Francisco Pereira Furtado.
O Chefe de Estado Maior das FAA lembrou que as FAA se ergueram “à custa do sacrifício dos filhos mais nobres de muitas famílias do nosso país e de países amigos, aqueles que nunca mais viram os seus filhos regressar à casa porque tombaram no campo de honra na luta pela defesa da soberania, da integridade territorial e para a conquista da paz e da estabilidade”. Acto contínuo, fez questão de trazer à memória de hoje os nomes de heróis caídos por Angola como os generais Kussúmua, José Pedro, Mamby, Simione, Ngonga, Ngueto e os coronéis Mundo, Tamborete e muitos outros destemidos heróis do Povo.
Do ministro João Lourenço
No dia em que as FAA completaram 25 anos, o ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, fez questão de referir o custo elevado que pressupõe, para qualquer Estado, manter forças armadas a dependerem exclusivamente do Orçamento Geral da nação, lançando por isso o repto da implantação, o mais depressa quanto possível, das indústrias de defesa e a auto-produção alimentar das tropas. “Em tempo de paz, as Forças Armadas não têm de ser necessariamente ociosas e muito menos improdutivas”, disse. João Lourenço sublinhou também a necessidade que as Forças Armadas têm de manter em alta a prontidão porque, nos tempos que correm, “são cada vez mais imprevisíveis as ameaças à segurança nacional”.
É imperioso por isso –defendeu – “contar com umas Forças Armadas aptas para o seu emprego imediato, capazes de desencorajar qualquer intenção de agressão militar ao país e de apoiar os demais órgãos do Sistema de Segurança Nacional na sua acção contra catástrofes e calamidades naturais”. O ministro apontou ainda como missões actuais das Forças Armadas o enfrentamento do terrorismo, a imigração ilegal e os crimes transfronteiriços.
Fonte: OPAÍS
Imagem: Reprodução
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