Assalto à esquadra termina em três mortes no Bita
Apesar do “black out” imposto pelas fontes oficiais, OPAIS apurou que os marginais, estimados em 10, dispararam contra os efectivos da Polícia. Um agente morreu no local enquanto outros 2 ainda foram socorridos, acabando por sucumbir no Hospital Militar Central. Os marginais terão ido resgatar um comparsa
Os homens da farda azul terão sido enganados atraves de um bem urdido plano. Informações ainda por confirmar apontam que o grupo de malfeitores dirigiu-se ao Posto Policial sob pretexto de entregar um suposto criminoso que traziam de mãos atadas.
O oficial dia, Francisco Capassola, terá caído no engodo dos seus algozes e aceite encaminhar o suposto criminoso à zona das celas, onde foi imediatamente encurralado e atingido mortalmente.
Outros 2 polícias, atraídos pelo ruído dos disparos, tentaram partir em socorro do colega, mas, infelizmente, também foram atingidos com gravidade. Terão ainda sido transportados para socorro no Hospital Militar Central, onde viriam a perder a vida, nesta Terça-feira, 3.
Relatam as nossas fontes que a ‘operação’ dos marginais terá visado libertar um dos seus comparsas detido há dois dias, de cujo depoimento dependia o sucesso de outras operações de combate ao crime. Além de libertarem o detido, ter-se-ão apoderado de 2 armas do tipo AKM e uma pistola de marca Valter.
O Posto Policial do Bita Progresso fica na mesma rua onde se encontra a unidade do Posto de Comando Unificado, PCU, integrado por efectivos das forças armadas. Apesar da proximidade, não terá havido socorro imediato destes últimos aos colegas agentes da ordem atacados por marginais.
Segundo uma fonte do PCU “terá faltado cooperação e partilha de informação”. Populares residentes nas imediações indicam que começaram a ouvir disparos de armas de fogo entre as 22 e as 23 horas de Domingo e o roncar de uma viatura presumivelmente em missão de socorro apenas terá sido ouvido po volta da meia-noite.
Efectivos do Posto Policial do Bita Progresso que apelaram ao anonimato revelaram a OPAIS que a unidade conta com ‘poucos membros e péssimas condições de trabalho’.
A título de exemplo, mencionaram o gerador eléctrico que quase sempre está desactivado por falta de combustivel, mergulhando a unidade policial em autênticas trevas, tornando-a mais vulnerável.
“Perdemos os colegas, ao menos que isso sirva de lição para que o nosso clamor seja ouvido pela chefia”, desabafaram os agentes em estado de choque.
Entretanto, fonte policial,, que igualmente propôs o anonimato, confirma a ocorrência, mas desmente o número de vítimas. “Lamentamos a morte de um efectivo e o ferimento grave de outro. Em breve será publicado um pronunciamento” disse lacónicamente.
Polícia em Silêncio
Quando a informação circulava amplamente, incluindo nas redes sociais, OPAIS contactou o porta-voz da Policia Nacional em Luanda, Mateus Rodrigues.
Este oficial da corporação alegou desconhecer o facto, porém prometeu recolher dados para posteriormente nos fornecer, o que não aconteceu até às 12 horas de ontem.
Ávidos por mais detalhes sobre esta grave ocorrência, OPAIS contactou o Gabinete de Comunicaçã e Imagem do Comando Geral da Polícia Nacional, na pessoa de Valdemar José, porém sem sucesso. O mutismo a que a corporação se submeteu levounos a estender esforços para obter uma reacção do Ministério do Interior.
Simão Milagres que retomou a nossa chamada no final da tarde de ontem, garantiu que podiamos voltar ao contacto com o Porta-voz da Polícia em Luanda, Mateus Rodrigues, todavia, este não atendeu as duas chamadas feitas ao cair da noite.
Para que constasse, o jornal OPAIS enviou dois SMS respectivamente para Simão Milagre e outra para Mateus Rodrigues.
Outra ferramenta de interacção disponibilizada pela Policia Nacional tem sido o grupo ‘Polícia e Midias’ na rede social WhatsApp, onde até ao fecho desta edição também não foi cedida informação alguma acerca do sucedido. Às 19h15 minutos, precisamente no fecho desta edição, o Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Policia Nacional, emitiu um comunicado que publicamos na integra assim como o retrato do suposto prófugo.
Comunicado de imprensa
O Comando Geral da Polícia Nacional leva ao conhecimento do público que no dia 2 de Outubro de 2016 (Domingo), no Município de Viana, Província de Luanda, houve uma tentativa de evasão massiva de detidos no Posto Policial do Bita Progresso. Na reacção efectuada pelo Corpo da Guarda em serviço, um dos malfeitores atingiu dois efectivos, um Subinspector e um agente.
O oficial em causa não resistiu à gravidade dos ferimentos e acabou por falecer, enquanto o Agente atingido está a receber tratamento hospitalar.
Da tentativa de evasão perpretada, um dos detidos, identificado como FRANCISCO PEDRO, também conhecido por PICHO e GUELOR MILO, na foto, conseguiu colocar-se em fuga.
A Polícia Nacional apela à todos os cidadãos que tiverem conhecimento do paradeiro do prófugo em causa, a denunciarem na Esquadra Policial mais próxima. Diligências investigativas estão em curso para o encalço dos autores e esclarecimento destes factos.
A Polícia Nacional lamenta a morte do Oficial em serviço e vai envidar todos os esforços no sentido de levar os seus autores à justiça.
Fonte: OPAÍS
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