Produção de mandioca ameaçada em três municípios no Bengo
Uma doença denominada “ralado castanho da mandioca” afectou parte das culturas na província do Bengo, particularmente nos municípios de Bula Atumba, Dembos e Pango Aluquém. Para o director da Agricultura, Faustino Ngonga, a solução para o problema passa pela reconversão varietal da mandioca nas áreas infectadas.
A província do Bengo corre sérios riscos de perder parte considerável da produção de mandioca, o que poderá resultar em consequências graves para a população, que poderá ver-se confrontada como uma situação de alerta de fome caso a situação permaneça. A realidade preocupa a população local pelo facto de o produto ser o alimento base na região.
Em declarações ao jornal OPAÍS, o director provincial da Agricultura, Faustino Ngonga, explicou que as principais áreas infectadas foram identificadas por uma equipa de especialistas em produtos hortalículas e tubérculos. Faustino Ngonga disse ainda que resultou deste levantamento a elaboração de um relatório com recomendações que estão a ser materializadas.
“ O relatório recomenda a realização de seminários dirigidos aos camponeses, associações e cooperativas. Está em curso a preparação de um seminário que deverá acontecer no dia 4 de Outubro no município de Pango Aluquém” informou . Segundo o responsável, uma outra recomendação consiste na reconversão varietal da cultura da mandioca a nível de toda a província do Bengo.
“ Os municípios estão a trabalhar num programa que abrange pequenos campos para o plantio de várias espécies da mandioca. Ou seja, estão a ser preparados viveiros para repor ou mesmo para novos cultivos a nível da província” explicou O director disse ainda que os campos identificados e que estão infectados pela doença não poderão ser trabalhados nas próximas épocas de cultivo.
Para ele, “o programa de replantação da mandioca passa também por trabalhar e cultivar novos campos, o que poderá levar entre dois ou três anos” Faustino Ngonga declarou que não se sabe exactamente a dimensão da extensão de terra abrangida, mas assegurou que trabalhos de prevenção estão em curso e que as plantações contaminadas serão descartadas nos próximos tempos.
“Não é uma praga, mas sim uma doença que representa já uma ameaça. Se não fizermos nada, daqui a mais dois anos poderá causar problemas piores”, advertiu o director provincial da Agricultura, acrescentando que “ é preciso sensibilizar e mobilizar os agricultores para combater este vírus”. “A doença é uma realidade, mas até ao momento foram identificados pequenos focos”, realçou. Quanto aos prejuízos, o director disse não serem muitos e que estão apenas a tra balhar na prevenção para se evitar problemas maiores no futuro.
Fonte: OPAÍS
Imagem: Virgílio Pinto
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