Papa saúda acordo de paz entre governo da Colômbia e guerrilha das FARC
O Papa Francisco saudou o recente acordo de paz alcançado entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), reiterando a importância de todos os colombianos viverem em "concórdia e reconciliação".
"O santo padre está satisfeito com a notícia do encerramento das negociações entre o governo [da Colômbia] e as FARC, como conclusão de um intenso processo que se prolongou durante os últimos anos", referiu um comunicado divulgado hoje pela Secretaria de Estado do Vaticano.
Na mesma nota, a Santa Sé salientou que o pontífice reitera o seu apoio "ao objetivo de alcançar a concórdia e a reconciliação para todo o povo colombiano, à luz dos Direitos Humanos e dos valores cristãos que estão no centro da cultura latino-americana".
O comunicado também explicou a recusa do Vaticano de nomear um representante para o comité de seleção de juízes que compõem o Tribunal Especial para a paz.
O convite foi endereçado ao Papa Francisco no passado dia 12 de agosto, mas o Vaticano, "considerando a vocação universal da Igreja e da missão do sucessor de Pedro como Pastor do Povo de Deus", avaliou que "seria mais adequado que tal tarefa fosse atribuída a outras instâncias".
O Papa afirmou em várias ocasiões o seu desejo de visitar a Colômbia quando a paz fosse firmada. Com base nos últimos acontecimentos, uma deslocação do pontífice ao território colombiano poderá ocorrer no início do próximo ano.
O Governo da Colômbia e as FARC anunciaram na semana passada em Havana um acordo de paz sem precedentes, depois de quatro anos de duras negociações em Cuba, para acabar com 52 anos de guerra civil, o mais antigo conflito da América Latina.
No fim de semana foi anunciado que a assinatura solene do acordo de paz irá acontecer entre 20 e 26 de setembro.
"A data solene da assinatura (...) será entre 20 e 26 de setembro, em função das agendas das figuras, inúmeras e difíceis de coordenar, que vão assistir a essa cerimónia", anunciou, no sábado, o ministro da Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas.
Sobre o local da assinatura, o Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, já admitiu várias hipóteses, incluindo Cuba ou Bogotá ou ainda a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, onde tem lugar a Assembleia-Geral da ONU a partir de 20 de setembro.
A guerra na Colômbia, que começou em 1964, provocou a morte a 260.000 pessoas e fez 6,9 milhões de deslocados e 45.000 desaparecidos.
O acordo de paz tem ainda de ser aprovado pelos colombianos num referendo, agendado para 02 de outubro.
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