Novo tarifário de telefonia divide AADIC e operadores
A Associação de Defesa dos Direitos Consumidor concorda com a actualização das tarifas telefónicas, mas discorda da subida na ordem de 40%. O INACOM garante intermediação entre consumidores e operadores.
No mês de Outubro do ano em curso o tarifário telefónico será actualizado. Neste sentido, o cartão de recarga de 125 UTT’s que hoje custa 900 Kwanzas passará a ser comercializado por 1250. A medida aprovada em Conselho de Ministros, na última semana, instalou a divisão entre operadores e a associação de consumidores. No debate promovido pela Rádio Nacional de Angola sobre o assunto, o representante da AADIC, Jordão Coelho, reconheceu que o actual momento económico exige algumas alterações, mas elas devem ser moderadas.
“Actualização sim, mas em percentagens moderadas para que não tenha um grande impacto no bolso do consumidor”, defendeu, acrescentando que as associações de defesa do consumidor devem participar nos encontros onde são tomadas essas decisões, mas tal não aconteceu. O membro da AADIC disse ainda que a prestação de serviços por parte das operadoras ainda não é o mais desejado.
“Temos recebido centenas de reclamações dos utentes sobre debilidades que se constatam no serviço de telefonia móvel. É por essa e outras razões que achamos que o tarifário não devia subir na ordem de 40%. Só se fosse para 1000 Kwanzas seria razoável”, considerou. Em representação da Angola-Telecom, empresa pública que opera no ramo das telecomunicações, Bartolomeu Pereira defendeu a actualização do tarifário, mas assinala que o impacto será minorado com o lançamento de cartões de valor menor, bem como pela melhoria dos serviços prestados aos clientes. “Tudo está a ser feito para o bem dos clientes, reduzindo o impacto da actualização da taxa. Estamos a trabalhar neste sentido”, garantiu.
Em nome do Instituto Nacional de Telecomunicações (INACOM), Leonel Augusto reconheceu que as subidas não são agradáveis, porém em virtude do momento económico actual, é uma medida necessária. O responsável do INACOM tranquilizou os utentes garantindo que serão lançados cartões de menor valor, avançado mesmo que haverá, por exemplo, recargas no valor de 500 Kwanzas.
“As chamadas que durem até cinco segundos não serão cobradas. E aqueles utentes que se sentirem lesados pelas operadoras devem recorrer ao INACOM na qualidade de regulador do mercado das comunicações”, apelou. Frisou ainda que a subida do preço do cartão de regarga é um reajuste que se justifica cuja solicitação por parte dos operadores começou ainda em 2015. Opera no mercado nacional de telefonia as empresas Angola-Telecom, que é detida pelo Estado, e opera no segmento fixo, prestando igualmente outros serviços.
A Unitel é uma das operadoras com mais investimentos, sendo uma das referências na prestação de serviço de voz e de dados. A Movicel opera igualmente na rede móvel e presta serviços de internet. De acordo com o ministro das Telecomunicações e Tecnologia de Informação, José Carvalho da Rocha, o mercado está mais flexível e poderão ser licenciadas outras operadoras. Carvalho da Rocha pronunciava-se depois da aprovação, em Conselho de Ministros, do novo tarifário, que começa a vigorar em Novembro do ano em curso.
Fonte: OPAÍS
Imagem: Reprodução/INACOM
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