Luanda acolhe Cimeira sobre a situação na RDC


Angola realiza, no próximo mês, na qualidade de presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), uma cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países membros para analisar a situação na República Democrática do Congo, anunciou em Nova Iorque o embaixador de Angola nas Nações Unidas.

Ismael Martins disse que Angola vai continuar a priorizar a agenda da segurança e do diálogo na República Democrática do Congo (RDC), República Centro Africana (RCA) e no Sudão do Sul até ao fim do seu mandato, em Dezembro, como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Em declarações à imprensa angolana, em Nova Iorque, o diploma referiu que a situação da República Democrática do Congo é neste momento a mais preocupante para Angola, na medida em que a existência de instabilidade política neste país vizinho afecta, especialmente, a Região dos Grandes Lagos e o resto do continente africano. 


O objectivo de Angola, justificou, é garantir maior segurança no continente africano para que este seja o seu legado quando sair do Conselho de Segurança. Tendo em conta os protestos ocorridos no passado dia 19, em Kinshasa, que resultaram na morte de 50 pessoas, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas abordou na sexta-feira a situação da República Democrática do Congo e recomendou ao governo congolês para continuar os esforços para o diálogo inclusivo e a elaboração de um roteiro que permita ao país sair da instabilidade e ter um governo aceite pela população.


Na quinta-feira, depois de um encontro com o seu homólogo congolês Raymond Tshibanda, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, manifestou a sua preocupação com a situação na RDC. “Angola, tal como muitos países, tem estado somente a acompanhar a evolução do processo de diálogo na RDC”, esclareceu, adiantando que Angola encoraja o Governo congolês a prosseguir com o diálogo político nacional, apesar dos líderes da oposição se recusarem a fazer parte. Georges Chikoti disse ter sido informado de que o Governo congolês vai manter o diálogo aberto aos líderes da oposição para conseguir um acordo e fazer tudo para manter a sua autoridade e a ordem no país. O ministro das Relações Exteriores da RDC informou sobre as acções para a actualização do ficheiro eleitoral e outras decorrentes do próprio processo eleitoral. “Há um progresso importante deste processo que encorajamos, porque pensamos que o diálogo é a única via”, disse o ministro angolano. 


Num comunicado ao país, divulgado após a onda de violência e o regresso da calma à capital congolesa, Joseph Kabila advertiu para o impacto de uma eventual instabilidade na região dos Grandes Lagos, com potencial alastramento a todo o continente africano.  A presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma, também condenou o que chamou de \"graves abusos\" registados durante manifestações organizadas por alguns membros da oposição, em Kinshasa. 

Secretário-geral da ONU 
Composto por 15 Estados- membros, o Conselho de Segurança realizou segunda-feira a quinta ronda de votação do novo secretário-geral da ONU. Dos nove candidatos, o engenheiro português António Guterres foi o mais votado e o melhor posicionado ao longo de todo o processo de eleição. A ONU, explicou o embaixador Ismael Martins, elege o secretário-geral com base num processo de rotação geográfica, que desta vez deve beneficiar a Europa do Leste. Mas dependendo do resultado da eleição, disse, pode haver uma negociação para que um candidato de outra região assuma o cargo. 


Ismael Martins disse que o novo secretário-geral é eleito em Outubro pelo Conselho de Segurança e posteriormente pela Assembleia Geral, por aclamação. Quanto à Agenda Mundial 2030, o diplomata afirmou que os países africanos estão a encontrar dificuldades na sua implementação por falta de financiamento. “O continente africano é o que mais tem dificuldades em implementar essa agenda e o que tem melhores perspectivas de desenvolvimento no futuro”, ressaltou, considerando necessária uma reforma na economia dos países da região, através da diversificação, como Angola está a fazer.


O debate geral da Assembleia Geral da ONU terminou segunda-feira, depois de uma semana de discursos dos líderes dos Estados-membros, encontros bilaterais e de reuniões do Conselho de Segurança.






Fonte: Jornal de Angola
Imagem: Reprodução

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