Como enfrentar o fim do namoro durante a gravidez
Terminar um relacionamento nunca é fácil. Independente do motivo do término, da duração do relacionamento ou de quem resolveu terminar, esse é um momento delicado e que pode provocar uma série de sentimentos e reações diversas nas pessoas – tristeza, saudade, decepção, alívio, arrependimento, necessidade de se adaptar a uma nova realidade.
Se essa adaptação e aceitação do fim do relacionamento já é complicada em qualquer fase da vida, durante a gravidez a situação pode ser ainda mais complexa. Afinal, na gravidez, o mistura de sentimentos também inclui a preocupação com o bebê e com a saúde da gestante. “Devido às alterações hormonais a mulher fica mais sensível durante a gestação e além dos cuidados físicos, é necessário equilibrar seu estado emocional”.
É também uma fase em que as opiniões externas chegam a todo momento e podem impactar bastante as decisões dos envolvidos – o que nem sempre é positivo. As ideias de que o casal deve continuar junto pelo bem do bebê e de que a mulher é a única responsável pela gravidez são frequentes em uma sociedade que é, ainda, muito machista. Esse tipo de pensamento cria uma pressão na gestante e gera sentimentos de culpa e dependência que não fazem bem, nem para a mulher, nem para a criança.
“É preciso muita coragem para enfrentar a situação. No término de uma relação sem uma criança apenas o casal sofre, neste caso a mãe precisa se preocupar com o seu bebê”, avalia a coach de maternidade e especialista em desenvolvimento humano Manu Maia.
Não existe fórmula ou um único caminho para enfrentar a situação. O contexto de cada pessoa e relação é diferente e isso influencia muito na forma de pensar e agir. Nesse texto, você encontra algumas dicas que podem ajudar nesse momento.
1. Não se sentir culpada
A mulher não deve se sentir culpada pelo fim do relacionamento. Além da confusão dos próprios sentimentos, julgamentos externos podem fazer com que a gestante sinta que é a única culpada pelo fim do relacionamento – e as coisas não são assim. É preciso lutar contra o sentimento de culpa para seguir em frente.
2. Não ficar em um relacionamento que não faz bem
A ideia de que o casal fica mais próximo e mais apaixonado durante a gravidez não é sempre condizente com a realidade. Se a convivência do casal não está indo bem e o relacionamento não for saudável, terminar pode ser a melhor opção. A decisão, que já é difícil em qualquer circunstância, fica ainda mais pesada quando a mulher leva em conta a criança que está para nascer. Porém, a gravidez não deve ser vista como uma obrigação para continuar em um relacionamento que não faz bem.
“Tanto a mulher quanto o bebê merecem muito mais do que um lar no qual o casal tem uma relação conturbada e onde não existe mais respeito ou afinidade entre ambos. Se a gestante achar que o seu lar não está sadio e que não tem um relacionamento adequado, deve sim terminar a relação para o seu bem e do seu bebê”.
3. Pensar no bebê, mas também pensar em si
É claro que pensar nas necessidades da criança é de grande importância em um término durante a gravidez – afinal, isso pode impactar na saúde imediata do bebê e na sua vida futura. Entretanto, é imprescindível que a mulher também pense em si mesma e leve em consideração suas próprias necessidades.
“O fato de estar grávida e muito em breve ser mãe não significa que a mulher tenha que se colocar em segundo plano. Trabalhe, estude, tenha um tempo para si, cuide-se, sinta-se bonita, ame seu bebê, planeje a chegada dele e aprecie sua gestação!”.
4. Procurar apoio
“É importante ter em mente que durante toda a gestação, a saúde física e a saúde emocional devem andar em equilíbrio e ambas devem ser cuidadas. Uma é tão importante quanto a outra. O equilíbrio é essencial”.
Por isso, procurar apoio faz toda a diferença nesse momento – ter alguém com quem desabafar, dividir as preocupações. Contar com a ajuda da família e de amigos ou optar por acompanhamento psicológico profissional podem ser grandes passos para enfrentar a situação. Se necessário, a gestante pode ainda procurar suporte do seu médico para garantir sua saúde e a do bebê.
“A verdade é que a gestante não está sozinha, essa é a realidade de muitas outras mulheres, então é importante contar com o apoio de pessoas que passam pela mesma situação”.
5. Adaptar-se à nova realidade
Além de pensar na chegada do bebê, o que já promete mudar bastante a rotina da mulher, é preciso adaptar-se ao fato de não estar mais em um relacionamento. “Lidar com mudanças não é uma tarefa fácil, principalmente quando se está grávida. A maternidade é um momento único onde há muito que entender, planejar e fazer”, assinala Manu.
Aqui, cabe a cada uma decidir o que deseja. O fato de ter terminado durante uma gravidez não significa que a mulher permanecerá solteira: encontrar uma nova pessoa e começar novos relacionamentos é algo completamente possível e normal. Preferir continuar solteira e criar o bebê sozinha, é igualmente possível e normal. A mulher não deve se sentir constrangida ou obrigada a seguir um dos caminhos por motivos alheios. Ser mãe solteira ou embarcar em um novo relacionamento é uma decisão que cabe somente a ela.
Se o desejo é manter o pai presente na vida da criança, mesmo após a separação do casal, é importante chegar a um acordo que deixe todas as partes envolvidas confortáveis – mãe, pai e bebê.
É preciso destacar que cada pessoa é única. Isso significa que as situações não serão as mesmas, bem como os sentimentos envolvidos e a forma como a pessoa escolhe lidar com os acontecimentos – o que funciona para um, nem sempre vai funcionar para o outro.
Se você está nessa situação, busque as suas melhores maneiras de enfrentá-la, pensando sempre no que vai te fazer bem e faz mais sentido na sua vida. Não é fácil livrar-se das pressões externas ou lidar com julgamentos, mas é fundamental lembrar-se de que a sua opinião é a mais importante.
Fonte: Dicasdemulher
Imagem: Dicasdemulher
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