Angola defende protecção total dos elefantes e dos rinocerontes


Fim do comércio global do marfim está a preocupar vários países que possuem armazenadas grandes quantidades do produto apreendido.

Angola defende a protecção total dos elefantes e o fim da comercialização do marfim, seja em transacções legais, seja em ilegais, afirmou na terça-feira, em Joanesburgo, na África do Sul, o director nacional para a Biodiversidade do Ministério do Ambiente.

Joaquim Manuel, ao falar à imprensa sobre a posição de Angola nos debates da décima sétima Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas Pela Extinção (Cites CoP17), sublinhou que Angola “se opõe totalmente ao comércio de marfim.”

‘‘Nós somos de opinião que o marfim não deve ser comercializado, porque encoraja a prática da caça furtiva’’, afirmou o especialista do Ministério do Ambiente, antes de anunciar que a delegação de Angola é portadora de uma proposta para o encerramento de todos os mercados de venda de marfim a nível mundial.

Angola, segundo Joaquim Manuel, posiciona-se firmemente pela manutenção da protecção de determinadas espécies, como é o caso do elefante africano, que alguns membros do Cites pretendem movimentar para a categoria 2, grupo de espécies de protecção parcial.

A delegação angolana defende, igualmente, a “protecção total” do papagaio cinzento, do pangolin e do pau-rosa, que actualmente figuram na categoria de espécies sob protecção parcial. O país tem uma Comissão Interministerial de Combate aos Crimes Ambientais e os Relacionados com a Fauna e Flora Selvagem, cujo objectivo é tornar cada vez mais assente o controlo da movimentação transfronteiriça a nível regional e o combate ao comércio ilegal. De forma específica, procura-se atingir o objectivo de impedir o abate indiscriminado dos elefantes e o comércio do marfim.

A delegação angolana ao CoP17, que encerra a 5 de Outubro, é chefiada pela secretária de Estado para a Biodiversidade e Áreas de Conservação, Paula Francisco Coelho e é integrada por vários técnicos.

Várias agências de informação internacionais fizeram eco da divergência entre os países participantes na CoP17 de Joanesburgo e que têm como pano de fundo motivações de ordem económica.

O Zimbabwe e a Namíbia são pela suspensão da proibição do comércio de marfim, para poderem vender no mercado o seu stock confiscado ou proveniente de elefantes mortos por causas naturais. A Suazilândia anunciou que vai propor a suspensão da proibição do comércio de chifre dos rinocerontes. Todos esses posicionamentos têm como base o argumento de que a autorização do comércio vai travar a caça clandestina maciça e que o dinheiro da venda “permitiria continuar o trabalho de conservação” dos animais.

A posição de Angola, enunciada pelo director nacional do Ambiente, Joaquim Manuel, é perfilhada por vários outros países e por organizações não governamentais presentes em Joanesburgo.



Fonte: Jornal de Angola
Imagem: Jornal de Angola

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