África consagra 12 jovens empreendedores
Já foram seleccionados os finalistas do prémio Anzisha, que distingue as iniciativas de jovens empreendedores africanos, notando-se na edição deste ano uma participação crescente das inovações no sector agrícola.
África vai consagrar os seus melhores jovens empreendedores no próximo dia 25 de Outubro. O prémio Anzisha, uma parceria entre a African Leadership Academy e a Fundação MasterCard distingue jovens empreendedores do continente, com idades compreendidas entre os 15 e os 22 anos, que se tenham destacado por implementar mudanças através de soluções inovadoras e centradas nas pessoas.
O grupo de 12 finalistas da edição deste ano do prémio acaba de ser anunciado, incluindo jovens que se destacam pelo seu papel de liderança do desenvolvimento socio-económico e pela criação de emprego nas respectivas comunidades e fora delas. A recompensa é tentadora. Os prémios em dinheiro ascendem a USD 100 mil e, além disso, os finalistas têm ainda acesso aos serviços da Unidade de Apoio ao Jovem Empreendedor, avaliados em USD 7.500.
O pacote de bolsas inclui apoio empresarial, implementação de projectos com vista o crescimento dos seus negócios, acesso a especialistas nas matérias de negócios e acesso a numerosas oportunidades de trabalho em rede. Os 12 finalistas são também contemplados com uma viagem com todas as despesas pagas para Joanesburgo para um rigoroso “campo acelerador de negócio” de duas semanas que começa a 13 de Outubro deste ano.
Algumas inovações apresentadas nesta edição do prémio pelos 550 empreendedores candidatos de 32 países africanos relacionam- se com a agricultura, um sector que conta com a participação de um cada vez maior número de jovens. Estes aproveitaram as oportunidades existentes e exploraram um espectro mais alargado da cadeia de valor do sector agrícola.
Por exemplo, os bolseiros Anzisha de 2016, N’guessan Olivier e Heritiana Randriamananatahina, intervieram no processamento alimentar e Benedict Ampofo forneceu competências agrícolas aos pequenos agricultores e jovens rurais. Os finalistas ao prémio dedicado aos jovens empreendedores vêm do Egipto, de Marrocos, Quénia, Gana, Nigéria, Senegal, Côte D’Ivoir, Senegal, Madagáscar, Tanzânia e Uganda e entre eles incluem-se cinco mulheres.
Criaram desde centros urbanos para a juventude a estações electrónicas de autocarros, passando pelo lançamento de inovadores negócios na área da cosmética, produção de ladrilhos, manutenção de soalhos e uniformes escolares. Há iniciativas com um forte impacto social, como a do egípcio Aly Abd ElAzem, co-fundador de um centro de juventude urbano, da queniana Ifrah Mohamed que, com 19 anos, já fundou a ‘Supermom’, que capacita as mulheres desempregadas e com empregos precários, empregando-as numa rede de distribuição porta a porta “no quilómetro final” de bens essenciais no Quénia rural, com mais de 20 ‘supermães’ na rede.
A inovação no âmbito da agricultura surge em vários projectos, como o do ganês Benedict Kusi Ampofo, de 22 anos, que fundou o Project ‘KIRIKU’, uma quinta com campo de demonstração que visa criar comunidades agrícolas sustentáveis com redução da pobreza, fornecendo competências, conhecimentos e inovações agrícolas a mais de 60 agricultores.
Por seu lado, Heritiana Fabien Randriamananatahina, de Madagáscar, fundou a ‘FIOMBONANA’, uma iniciativa de processamento agrícola que impulsiona a substituição da importação através do fabrico local de produtos lácteos e de confeitaria, procurando como fornecedores os agricultores locais. Emprega actualmente 12 pessoas.
Fonte: OPAÍS
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